A
revista VEJA publicou em seu site uma matéria sobre o filme ‘Confissões
de Adolescente‘, que estreou em todo o Brasil no ultimo dia 10. Além de
falar sobre o enredo do filme, a coluna de cinema explanou como a
adaptação continua contando as mesmas histórias e dramas adolescentes da
década de 90 com uma nova roupagem e a adição das redes sociais e dos
Smartphones que são presença garantida na vida dos jovens. Confira a
matéria:
Exceto
pelas drogas, como se virá mais adiante, nenhum assunto que permeie a
adolescência fica de fora. Sexo, bullying, está tudo lá. “Não censuramos
nada”, disse Cris D’Amato, codiretora da produção ao lado de Daniel
Filho, responsável também pela série de TV. “Se você vai falar de
adolescente, não pode se privar de abordar nada”, continuou Cris, que
falou sobre a escolha de jogar aberto com o espectador durante coletiva
de imprensa. “Tudo foi explorado de maneira muito simples.” A regra vale
para a nudez parcial das atrizes Sophia Abrahão (a Natasha de Amor à
Vida e atual namorada de Fiuk) e Malu Rodrigues, intérpretes das irmãs
Tina e Alice, que é mostrada rapidamente e sem alarde.
Nesse
aspecto, o filme segue as diretrizes traçadas em livro-diário por Maria
Mariana, que deu vida à personagem Diana na televisão. Além de Maria
Mariana, as outras atrizes originais do seriado, Georgiana Góes, Daniele
Valente e Deborah Secco, que eram irmãs na tela da Cultura, fazem
participações especiais no longa, mas sem influência sobre as novas
protagonistas. “O Daniel (Filho) disse para a gente: ‘As personagens são
de vocês’. Não nos baseamos nos papéis do seriado, cada uma criou a sua
personagem”, disse Malu.
A
vontade de desenvolver personagens mais espontâneos era tão grande que
os diretores deConfissões chegaram a impedir o envio do roteiro,
assinado por Matheus Souza (diretor deApenas o Fim), às atrizes para os
ensaios de gravação. “Nós trabalhávamos a cena sem saber direito o que
íamos dizer”, diz Tammy Di Calafiori, intérprete de Talita, a garota
mais popular da escola onde estudam três das irmãs do longa-metragem. Os
atores fizeram duas leituras do texto antes dos ensaios e, assim,
tinham apenas uma noção do que aconteceria em cada cena, para que eles
contribuíssem com o roteiro enquanto tentavam lembrar e improvisar os
diálogos.
Releitura
moderna – No primeiro episódio da série Confissões de Adolescente,
Paulo, o pai de quatro meninas interpretado pelo ator Luis Gustavo,
reclamava do alto valor da conta de telefone e dizia que pensava até
mesmo em instalar um orelhão em casa para reduzir os custos. No filme
Confissões de Adolescente, o pai, desta vez interpretado por Cássio
Gabus Mendes, também solta os cachorros nas filhas, mas agora por causa
dos aparelhos celulares. O longa não é um remake, mera sombra, da série,
mas sim uma releitura moderna dos dramas que assolam os adolescentes há
tempos.
Os
problemas do cotidiano das meninas, vistos na série, na peça e no livro
estão todos no filme, acompanhados das várias primeiras vezes que
marcam a adolescência e o começo da vida adulta: o primeiro beijo, o
primeiro namorado, as festas, o bullying, a primeira ressaca, a perda da
virgindade, o primeiro emprego. Se tudo isso antes acontecia sem o
empurrãozinho da tecnologia, no longa as meninas se valem de celulares e
da internet para se comunicar e compartilhar ideias e sentimentos.
A
história começa quando o pai, Paulo, chega em casa e conta para as
quatro filhas que o aluguel do apartamento em que a família mora, no Rio
de Janeiro, vai ser reajustado para um valor absurdo. Para o pânico das
garotas, que estão acostumadas com o lugar, ele afirma que eles vão ter
que procurar outro endereço. O pai nem imagina que as filhas vão se
unir e propor um corte de gastos profundo para que a família possa pagar
o novo aluguel.
Esse
mote é deixado de lado aos poucos para que os dramas adolescentes
roubem a cena. Tina (Sophia Abrahão), a mais velha, divide seu tempo
entre a faculdade de direito, o namorado, Lucas (Hugo Bonemer), e a
convivência com as três irmãs. Como estuda em outra cidade, mora sozinha
em um apartamento próximo à universidade, pago pelo pai. Sua
contribuição para que a família permaneça no local onde mora é procurar
emprego para livrar o pai da sua despesa.
Bianca
(Isabella Camero) e Alice (Malu Rodrigues) ainda estão no Ensino Médio,
cenário propício para romances e problemas. Bianca afirma ter um
namorado, mas ele nunca é visto, nem por suas amigas nem pelo
espectador. Já Alice, nós acompanhamos tentando encontrar oportunidade
para perder a virgindade com o namorado, Marcelo (Christian Monassa).
Por sua vez, a irmã caçula, Karina (Clara Tiezzi, que está no ar em
Malhação como Clara), na faixa dos 13 anos, ainda tem um pé na infância e
outro na adolescência, e dá, inicialmente, menos atenção para a
temática amorosa.
O
filme consegue lidar com o universo adolescente sem pieguices e pudores
desnecessários. Poucos assuntos foram deixados de fora, caso das
drogas, que não são sequer mencionadas, mas também não fazem falta. A
gama de temas abordados é tão ampla que poucos adolescentes – e adultos
nostálgicos – não se sentirão representados, em um aspecto ou outro, na
tela do cinema.
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