sábado, 9 de agosto de 2014

O GLOBO: ‘Sou um James Dean tupiniquim’, diz Chay Suede sobre fama

Camisa Essencial (R$ 210), t-shirt Reserva (R$ 199), calça Reserva (R$ 349), tênis Odde para Capi (R$ 259) e bracelete de couro e prata Salvatore Ferragamo (R$ 1.090) / Alexandre Sant'Anna 

Com nome inventado pelo avô e tatuagem para Jesus, ator é o galã do momento. 

 RIO — Um nome inventado. Um sobrenome roubado. Estas são apenas as primeiras pistas para se entender Chay Suede, o homem do momento na TV. O primeiro vem de Robertchay, nome criado por seu avô Salustiano, um excêntrico vendedor de livros mineiro, que inventou uma língua própria, passando a se chamar Saylufet Ainobert Dimes Paylufet. Suede vem do filme “Johnny Suede” (1991), cujo personagem-título é interpretado por Brad Pitt.
— Ganhei um concurso de música com uma canção que compus sobre o personagem do Brad Pitt. Passei a usar, no Orkut, Chay Suede — conta o ator e músico capixaba, 22 anos, que posou pela primeira vez para um editorial de moda, com looks monocromáticos em tons de azul, vermelho, berinjela e verde.
Outra pista sobre Chay está em sua origem. Sua mãe é dona de casa. Já o pai esteve à frente de… restaurante, exposição de tubarões vivos, marcenaria, empacotadora de farinha e locadora de vídeo. Também chamado Robertchay, desde 2002, ele comanda o “Desafio alienígena”, um labirinto itinerante equivalente às casas do terror dos parques de diversões. Chayzinho (como o ator é chamado na família) ficou sob a guarda do pai na separação do casal. Aos 8 anos, passou a trabalhar de… guia-mirim, atendente, alienígena. Teve a quem puxar.
— Ele sempre teve carisma — conta Chay, o pai-coruja. — Num determinado momento do “Desafio alienígena”, o público feminino cresceu em função dele; as meninas o esperavam sair para falar com ele. E isso foi muito antes da fama.
Fã-clube: Chaynáticas
Chay é, digamos, mais um empreendimento do pai — aliás, o mais bem-sucedido. Foi por incentivo e (muita) pressão paterna que o ator se inscreveu no reality show “Ídolos”, em 2010. Na época, os dois estavam no Rio para apresentar o “Desafio alienígena” num shopping da Zona Norte. Era o último dia de inscrições no programa da TV Record. O garoto, então com 17 anos, não apenas foi selecionado como ficou em quarto lugar. Chay, o filho, virou ídolo de centenas de adolescentes, rapidamente elevado à categoria de celebridade teen.
No mesmo ano, ele foi chamado para estrelar a novelinha “Rebeldes”, também na Record, e rodar o país numa turnê do show homônimo. A fama foi multiplicada. Chay passou a fazer apresentações para até 80 mil pessoas e ganhou um fã-clube (as Chaynáticas). Adolescentes histéricas lhe deixaram com mordidas e arranhões. Coisa de pop star.
— Sabia que arranhão não cicatriza nunca? A unha é cheia de bactérias — diz o ator com conhecimento de causa no quesito “arranhão de fã”.
Seu empresário, Felipe Carauta, que conheceu Chay em “Rebeldes”, criou estratégias para driblar o assédio, mas vez ou outra ainda se surpreende.
— No início do ano, ele foi contratado para fazer presença numa loja de um shopping em Recife. Eram tantas fãs enlouquecidas que o dono da loja, com medo de quebrarem tudo, nos pediu que fôssemos embora — lembra Felipe, uma espécie de Midas das jovens celebridades (passaram por seu escritório Caio Castro, Marina Ruy Barbosa e Sophia Abrahão).
O destino parece realmente conspirar a favor da fama de Chay Suede. O autor Aguinaldo Silva, que nunca tinha ouvido falar dele (como a maioria das pessoas com mais de 15 anos), viu seu teste para ser um dos filhos de José Alfredo (Alexandre Nero) na novela “Império” e decretou: ele não seria o filho, mas a versão jovem do protagonista nos primeiros capítulos da trama.
— Quando bati o olho no Chay não tive dúvida. Falei com o Papinha (o diretor da novela, Rogério Gomes) que ele seria o José Alfredo na primeira fase da novela — diz Aguinaldo.
Cachê de presença: R$ 30 mil
Bastou a participação em três capítulos de “Império” para o capixaba deixar de queixo caído o público feminino. Sua fama, mais uma vez, foi multiplicada e ele virou, em poucos dias, o galã da vez. Em uma semana, Chay recebeu convites para seis filmes, fechou contrato para quatro campanhas de moda e analisa outras 20 propostas de publicidade. Participou de cinco programas de TV e marcou presença em meia-dúzia de eventos, para os quais não cobra menos de R$ 30 mil — cachê digno de nomes como Cauã Reymond e Bruno Gagliasso. Para coroar o sucesso, fechou um contrato com status de estrela (jovem) com a Globo. E estará, como já anunciado, na próxima novela de Gilberto Braga, Ricardo Linhares e João Ximenes Braga.
Hoje, além de ídolo de adolescentes, ele é cultuado por outras faixas etárias.
— “Rebeldes” foi uma explosão com um público muito específico, agora é mais abrangente — explica Chay, não muito impressionado com o que, para muitos, parece ser uma fama repentina. — Dei uma festa em casa, semana passada, e meus amigos disseram que eu reacendi o fogo de suas respectivas avós.
Outro termômetro do sucesso alavancado pela novela é seu perfil no Instagram. O número de seguidores do ator mais que dobrou. Quase 700 mil pessoas acompanham o dia a dia de Chay, narrado em 1.858 fotos — boa parte delas são selfies.
— Se você não faz selfie, não é jovem. Selfie é uma linguagem, o autorretrato da minha geração — teoriza.
Chay é daqueles que tentam não levar nada muito a sério. Ironiza a si mesmo e aos outros. Ao ouvir da produtora Zizi Ribeiro que ele é o “nosso James Dean”, responde: “Sou um James Dean tupiniquim”. Ao ser perguntado se sabe ler partitura, avisa: “Mal sei ler cifra”. Sobre a festa que deu para 50 convidados, à qual compareceram 150 pessoas, observou: “Vi que muita gente gosta de mim. Ou gosta muito de beber”.
A sessão de fotos, feita na tarde de segunda-feira, no IED, na Urca, foi costurada com músicas do disco “Refer Blues — Vintage songs about Marijuana” e duas latas de Red Bull. Para dar conta da agenda lotada, o ator, que tem dormido cerca de quatro horas, toma doses de energéticos.
— A rotina está puxada, mas nada se compara à época de “Rebeldes”, quando trabalhávamos de domingo a domingo, 14 horas por dia — lembra.
Magro, com longas pernas, Chay tem o peito levemente peludo. Gosta de calça skinny, t-shirt, botas surradas e jaquetas — mais James Dean impossível. Tem nove tatuagens. Uma delas, que traz a inscrição “amor humor”, aponta seu “modernista favorito”, Oswald de Andrade. Outras duas revelam sua crença cristã. Criado na Igreja Presbiteriana, ele tatuou na parte interna do antebraço esquerdo um crucifixo e a expressão “Not here”. Sobre o peito esquerdo, escreveu “Here”:
— É Jesus, que ressuscitou no terceiro dia. Ele não está mais na cruz, mas, sim, no coração. 

Chay Suede 

 Chay Suede 

Chay Suede 

Fonte: Ch.Suede

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